Este é um conceito que tem crescido bastante em Portugal nos últimos anos e que, atualmente, com uma pandemia mundial e restrições aos aglomerados de pessoas, tem ainda mais pertinência.

 

Mas o que é afinal um Elopement Wedding? Em suma, é a celebração de um casamento com poucos (ou nenhuns) convidados. É, por natureza, um evento mais íntimo, completamente focado no casal, no seu enlace e no amor que têm um pelo outro.

 

Há um certo mistério associado a esta forma de casar, que a torna única e interessante. Embora hoje em dia haja cada vez mais casais a fazê-lo, na sua origem, to elope (fugir para casar) era feito sobretudo quando a família de um ou de ambos os membros do casal não concordava com a união. Assim, para preservar a sua relação, estes viam-se obrigados a celebrar o matrimónio sozinhos e em segredo. 

 

Por outro lado, os filmes de Hollywood trouxeram-nos também uma outra vertente do Elopement Wedding, nomeadamente através das luzes e néons de Las Vegas, onde tantas vezes vemos casais que, em plena alegria alcoólica, se precipitam para um casamento rápido e pouco pensado, sem avisar qualquer familiar ou amigo do que está a acontecer.  

 

Mas bem, então como é que isto se traduz para os dias de hoje e para Portugal? E porque é que um casal optaria por este estilo de casamento? 

 

Para compreender melhor, será mais simples explicarmos primeiro a estrutura mais comum deste tipo de casamentos. 

 

Portanto, libertemo-nos das ideias pré-concebidas que temos sobre o que deve ser um casamento e limpemos a mente, como se quiséssemos meditar – Retiremos os convites, a refeição prolongada com centenas de convidados, o DJ com a grande festa, os brindes, a corte, e por aí adiante até que não haja nada que não esteja diretamente relacionado com o casal. 

 

Neste momento, deveremos ter apenas a cerimónia, o fotógrafo e/ou videografo (para mais tarde recordar!), talvez uma refeição ou algo planeado para um momento a dois e a noite de núpcias. E é isto, essencialmente, que define um Elopement Wedding –  duas pessoas e uma cerimónia íntima num qualquer lugar, sem alaridos nem ruídos que distraem do que realmente importa – o enlace e o amor do casal. 

 

Já vos estamos a ver a sonhar com este tipo de casamento, mas deixem que mandemos mais achas para a fogueira: para além do fator romântico óbvio, há várias razões que poderiam levar a optar por um Elopement

 

  • É mais simples de organizar – como o número de fornecedores é bastante mais reduzido e não há convidados a considerar, há menos a conciliar e por isso, menos horas de labuta;

 

  • É mais rápido – esqueçam o evento que começa de madrugada e que termina às tantas da noite. Este tipo de casamento pode até durar uma hora ou duas – depende apenas e só do que o casal pretende – chega a cerimónia? Junta-se uma refeição a dois? Uma sessão fotográfica? É verdadeiramente uma ocasião ao ritmo dos seus protagonistas;

 

  • É mais focado no casal – tirando a necessidade de entreter convidados, o casal pode verdadeiramente concentrar as suas atenções em si, naquele momento e no significado que têm um para o outro;

 

  • É (ou pode ser) mais económico – pelo facto de ter, normalmente, uma duração mais pequena e por haver mais flexibilidade para acontecer aos dias de semana (já que não têm de conciliar as agendas dos noivos – ou noivas – e dos convidados), os poucos fornecedores que necessitam para ajudar ao vosso dia têm, muitas vezes, preços mais simpáticos. É uma ótima forma de poupar alguns (ou muitos) euros à carteira do casal. No entanto, este não tem, necessariamente, de ser um evento económico! Tudo depende do que o casal pretende – existem versões luxuosas de Elopement (por exemplo em formato Destination Wedding) cujos valores podem facilmente atingir os de um casamento  tradicional. Como tudo o resto, são as escolhas e as possibilidades do casal que formam o evento final; 

 

  • É menos restritivo – Querem uma cerimónia durante a semana? Numa falésia com vista para o mar? Usar calções e chinelos? Neste tipo de casamento, os únicos limites são os vossos sonhos e a disponibilidade do celebrante (tanto de tempo, como para se deslocar ao vosso local de eleição – é melhor ser num sítio que não necessite de escalada para lá chegar)! 

 

Devemos pensar também, no entanto, no lado menos positivo de um Elopement Wedding. Um dos motivos que leva a que os casamentos tradicionais tenham um elevado número de convidados não é apenas pelo facto de os noivos quererem partilhar o seu momento de alegria com os seus familiares e amigos, mas porque os familiares e amigos também querem presenciar esse momento. Por isso, é possível que, se escolherem “fugir para casar” a dois, tenham de lidar com alguma mágoa por parte dos vossos entes queridos. 

 

Mas não se preocupem, estamos aqui para vos dar umas dicas sobre como colmatar esta situação, para que todos compreendam e se sintam parte do processo, apesar de deixarem que o momento chave seja exclusivamente vosso:

 

  • Evitem as surpresas – Há alguma tentação, com este estilo de celebração, para fazer todos os preparativos em segredo e avisar as pessoas mais próximas mesmo antes da cerimónia ter lugar, ou até depois. Isto pode levar a algum ressentimento pelo facto de serem apanhadas desprevenidas e por sentirem que lhes foi “roubada” a hipótese de fazer parte de um momento importante do casal. Uma ótima  forma de evitar isto é, simplesmente, informar que o evento vai acontecer, a sua data e explicar o porquê de quererem fazer um casamento a dois;

 

  • Peçam ajuda com os preparativos – Lá porque a cerimónia será a dois não significa que todo o caminho até lá chegarem tenha de o ser! Peçam uma mãozinha (ou duas) para a escolha do espaço, da roupa ou dos fornecedores! Para além de aliviar um pouco a vossa pressão, também ajuda a que as pessoas à vossa volta se sintam incluídos de algum modo;

 

  • Mostrem fotos e/ou vídeos do evento – Já que não lhes será possível participar presencialmente, mostrem o registo fotográfico e/ou videográfico do vosso enlace aos familiares e amigos! Assim, apesar da ausência, vão poder ver a vossa felicidade e todos os detalhes que dela fizeram parte. Sobretudo se tiverem seguido a nossa dica anterior, será reconfortante para eles verem o fruto do seu trabalho e sentirem que realmente fizeram parte do momento. 

 

Este é, de facto, um modelo especial de casamento, com características muito próprias e que cria um ambiente único para o casal. O que prefeririam vocês? Uma cerimónia íntima a dois ou toda a pompa e circunstância com todos os vossos entes queridos em redor? Deixem-nos a vossa resposta nos comentários!